Em meados dos anos 2000, a maricultura se mostrava promissora na Baia da Ilha Grande. Nessa época, o turismo se destacava como uma das principais atividades econômicas da região. Foi nesse período, que Carlos Kazuo e Hiroko Odaka, proprietários da Pousada Nautilus (Jaconema – Ilha Grande), estiveram em Santa Catarina. Em visita as fazendas marinhas, especializadas na produção de ostra e mexilhão, vislumbraram em negócio em potencial.
Em 2002, o casal, então, ingressou na atividade, com o cultivo da macroalga (Kappaphycus avarezii). Na sequência, novas espécie foram inseridas, como o mexilhão e a ostra, e em 2004, iniciou-se o cultivo de vieiras. No ano de 2008, a AMBIG, Prefeitura de Angra dos Reis e FURG iniciaram, em conjunto, pesquisas para criação de peixes em tanques rede, com espécies como a garoupa, xerelete, robalo e bijupirá. A fazenda Maricultura Costa Verde recebeu o experimento. Atualmente, a empresa é a maior produtora de vieira nacional e figura entre as maiores na piscicultura marinha, com o bijupirá.
“Em inícios de 2009, implementamos alguns experimentos para verificar o potencial da criação de bijupirá na BIG. Esse projeto científico e de extensão envolvia a FURG (responsável pelo conhecimento científico), o Kazuo (empreendedor e responsável pela iniciativa) e a Secretaria de Pesca e Aquicultura de Angra dos Reis, sobretudo pela atuação do biólogo André Araújo (fornecimento de tanques-rede e assistência durante o experimento). Resumindo uma longa história, depois de algumas tentativas, conseguimos completar um ciclo de produção de um ano com os peixes atingindo um ótimo crescimento e peso. Esse foi o primeiro relato de engorda de peixes marinhos criados em tanques-rede próximos à costa do Brasil. Nos anos seguintes, continuamos a desenvolver mais projetos de pesquisa e extensão e cada vez mais divulgando nossa iniciativa pelo Brasil e pelo mundo.
Ao longo desses quinze anos, o que eram um sonho de um empreendedor e um projeto de graduação se tornou uma realidade sólida. Atualmente, a Maricultura Costa Verde produz em torno de onze toneladas de bijupirá por ano, uma quantidade significativa de vieiras, emprega e qualifica trabalhadores locais, contribui em programas de formação de estudantes de graduação e pós-graduação.”