Ilha Grande
Ilha Grande é Patrimônio da Humanidade reconhecida pela Unesco pela riqueza de sua biodiversidade e de sua cultura viva.
São 192 km² e cerca de dezesseis vilas e tantas outras praias, costões e enseadas. Afastada do continente, o acesso se dá por via marítima.
No passado, a Ilha Grande era habitada pelos índios tupinambás. Foi, também, reduto de navios piratas, que se abrigavam em seus mares à espera das embarcações carregadas de produtos que se dirigiam a Europa. Nos séculos XVII e XIX, abrigou fazendas de cana-de-açúcar e café. Já no século XX, a economia girou em torno da produção de banana, da agricultura familiar e da pesca. Por volta de 1930, imigrantes de origem japonesa chegam a região e dedicam-se ao beneficiamento de pescado. Dezenas de fábricas especializadas na salga da sardinha se instaram pelas vilas locais.
A Ilha Grande é parte do território caiçara, que segundo o antropólogo Carlos Diegues se estende pela faixa litorânea desde o norte do Paraná (Paranaguá) até o sul fluminense (abrangendo Paraty e Angra dos Reis). Essas populações, até meados do século XX, viviam majoritariamente da agricultura familiar e da pesca artesanal. Pela íntima interação com a natureza e por um modelo econômico baseado na subsistência, os caiçaras mantinham uma relação de equilíbrio com o ambiente em seu entorno. Esse fato foi determinante para conservação da cobertura vegetal e das nascentes de água potável e do ecossistema terrestre e marinho nas áreas por eles ocupadas.
Não à toa, quatro unidades de conservação protegem essa riqueza natural – a APA Tamoios, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro e a Reserva Biológica da Praia de Sul. A Ilha Grande é tombada como patrimônio cultural pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).
As atividades mais praticadas hoje são o turismo, a pesca e a maricultura.